Terapia Fonoaudiológica no tratamento do Parkinson
A Doença de Parkinson faz parte do grupo de doenças neurodegenerativas que afeta o controle adequado dos músculos e membros do corpo. É caracterizada principalmente por tremor, rigidez e bradicinesia (movimentos lentos). A Doença de Parkinson costuma ser popularmente associada aos tremores, mas outros sintomas também fazem parte da rotina do paciente, dentre eles: as dificuldades na fala.
Estima-se que 89% dos pacientes com Doença de Parkinson possuem algum problema na fala ou na voz que podem envolver a laringe, a respiração ou funções articulares. No entanto, apenas 4% dos pacientes recebem terapia fonoaudiológica.
A comunicação pode ser um dos aspectos mais complicados para os pacientes e seus familiares, uma vez que a progressão da doença pode dificultar esse processo. A qualidade de vida é diretamente impactada pela capacidade de se comunicar e a terapia fonoaudiológica pode ajudar nesse processo através de estratégias tanto verbais quanto não verbais.
As dificuldades na comunicação são tão presentes nos pacientes com Doença de Parkinson devido aos sintomas musculares característicos que também afetam os músculos que atuam na comunicação. Além da voz, os músculos da face também podem ser afetados, impedindo que sentimentos como tristeza e felicidade possam ser expostos pelo rosto. O tratamento pode ser medicinal, cirúrgico ou comportamental, sendo este último, o mais importante para a terapia fonoaudiológica.
Tratamentos que podem ajudar a comunicação
A terapia fonoaudiológica é uma alternativa não invasiva que gera bons resultados para o paciente. Ela pode ser utilizada em conjunto com outras estratégias para potencializar seu resultado, como medicamentos, fisioterapia, entre outros. A manutenção da comunicação é favorecida através de exercícios para os músculos envolvidos na fala. Ainda não se sabe completamente sobre como a Doença de Parkinson impacta na comunicação do paciente, mas os benefícios da terapia fonoaudiológica já são comprovados.
Exercícios com foco na movimentação dos músculos envolvidos na fala e para o volume da voz são executados sempre de acordo com as necessidades do paciente. Além da fala, eles podem ajudar na autonomia para ingestão de alimentos e bebidas.
Nas sessões de terapia fonoaudiológica podem haver exercícios respiratórios, estimulando a contração e relaxamento do diafragma. Repetição de frases curtas com variação do volume da voz, começando em tons baixos e aumentando progressivamente. Assim como a análise do discurso do paciente, que permite elaborar exercícios de variação da entonação das palavras durante as frases.
A terapia fonoaudiológica pode gerar maiores impactos na rotina do paciente quando realizada no início dos sintomas. Portanto, caso algum sinal de dificuldade na fala seja aparente, procure a ajuda de uma equipe médica especializada
Referências:
- Ramig, L. O. et al. Speech treatment for Parkinson's disease. Expert review of neurotherapeutics. vol. 8, n. 2, pp. 297-309, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1586/14737175.8.2.297 Acesso em: 23 de março de 2022.
- Johnson, J. A.; Pring, T. R. Speech therapy and Parkinson’s disease: A review and further data. International Journal of Language & Communication Disorders. vol. 25, n. 2, pp. 183–194. 1990. Disponível em: https://doi.org/10.3109/13682829009011973 Acesso em: 23 de março de 2022..
Por: Movimento
Parkinson